quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Conceito de largura de banda para os utilizadores

Mais de oito em cada 10 consumidores asseguram que entendem bem o conceito de largura de banda, embora um terço dos inquiridos continue a acreditar que ver vídeos não abranda a velocidade das suas ligações, de acordo com um inquérito a 1300 utilizadores britânicos dos serviços do ISP Eclipse Internet.
Nove em cada dez utilizadores já sentiram abrandamentos pontuais nas suas ligações à Internet, sendo que, no momento em que ocorreram, 44% desses consumidores estava a ver vídeos através de aplicações de elevado consumo de banda larga, como vídeo-conferência.
De todos os consumidores inquiridos, 72% dizem não ter consultado o seu ISP para tentar entender o impacto de algumas aplicações no desempenho da largura de banda.
Tendo sido realizado pela Eclipse, que olha para os consumidores da forma típica dos ISPs, ou seja, considera que estes tendem a ser confundidos pela tecnologia, o estudo é ele próprio inesperadamente subjectivo quanto aos conceitos-chave.
  • A largura de banda refere-se à capacidade que um consumidor tem de fazer o download de dados a uma determinada taxa; o consumo de dados é o volume de dados que pode ser descarregado dentro de um determinado período; e latência é a capacidade de aceder às aplicações Web sem interrupções significativas.
O problema é que, neste estudo, por vezes são confundidos os conceitos de largura de banda e consumo de dados.
De uma maneira geral, os ISPs têm dificuldades em explicar aos seus clientes a forma como diferentes aplicações podem afectar a velocidade de download, até porque os seus equipamentos foram concebidos para monitorizar o tráfego por protocolo. Uma vez que o vídeo entra nos sistemas pelo porto 80 – a do tráfego corrente – acaba por se perder no meio de um elevado volume de tráfego de navegação. Da mesma forma, muitos jogos online usam agora o porto 80 em vez de abrirem portas específicas através dos firewalls, sendo igualmente difíceis de monitorizar.
Já o consumo de dados será, à partida, mais fácil de monitorizar: ou o utilizador consumiu um determinado volume de dados ou não. A largura de banda – a taxa a que os dados podem ser consumidos – é mais controversa, já que os valores muitas vezes promovidos pelos ISP não correspondem aos reais.
Por isso, Clodagh Murphy, director da Eclipse, considera que “é essencial que todos os ISPs se focalizem numa forma mais transparente, aberta e honesta de vender os seus serviços Internet”.
E, na sua opinião, “isto só pode ser conseguido se os ISP optarem por uma abordagem pró-activa e falarem com os seus clientes acerca das velocidades que realmente estão a obter, o volume de dados que estão a consumir, que tipo de dados mais consomem e quanto ainda têm por consumir, criando assim um nível de confiança elevado entre ambas as partes”.
Esta poderá ser, contudo, uma tarefa difícil de conseguir, tendo em conta que a maioria dos ISPs se limita a gerir os seus utilizadores ao mais reduzido denominador comum de serviço, por que é isso que o seu modelo de negócio exige.
Traindo uma postura algo parcial, Clodagh Murphy adianta que “os utilizadores têm que assumir a responsabilidade pelo que consomem online. Existe uma forte procura por conteúdos populares que conduzem a picos de utilização excessivos, o que pode ter um impacto negativo na percepção que os utilizadores têm da qualidade da sua ligação à Internet”.

Nenhum comentário: